Neste artigo vamos falar sobre as taxas Euribor e como uma subida mais que expectável pode afetar a prestação do seu crédito à habitação.
Já pensou no que aconteceria à prestação da sua casa se a Euribor voltasse aos valores de 2008, acima de 5%? Seria certamente catastrófico…
Obviamente que esse cenário é muito pouco provável, contudo convém começar a mentalizar-se desde já que as taxas de juros vão subir e que a prestação da sua casa vai ficar cada vez mais cara.
Em Portugal, a maioria dos créditos à habitação estão indexados às taxas de juro Euribor, que são taxas variáveis, pelo que a subida ou descida destas taxas tem um grande impacto no valor pago mensalmente pelos clientes.
A Euribor a seis meses é a taxa mais usada em Portugal, seguida da Euribor a três meses.
Como pode ver no gráfico acima a Euribor a 6 meses entrou em terreno negativo em finais de 2015 e aí permaneceu até aos dias de hoje. Contudo, desde o início de 2022 já dá para notar uma ligeira tendência de subida e as previsões apontam para que esta tendência de subida se mantenha nos próximos meses e anos, até porque o FED (a Reserva Federal Americana), que é o equivalente ao Banco Central Europeu, já aprovou a primeira subida das taxas de juro (em mais de três anos) e tem mais 6 subidas previstas para os próximas meses.
Assim sendo, o cenário de taxas de juro negativas parece ter os dias contados e é provável que você já tenha começado a notar um ligeiro aumento na prestação mensal do seu crédito à habitação.
Vejamos agora o impacto que uma subida de 1% teria nas prestações do crédito à habitação.
Neste momento a Euribor a 6 meses está em -0.3% e uma subida de 1% colocaria a taxa em terreno positivo nos 0.7%, o que é algo que pode perfeitamente acontecer nos próximos anos.
Para que entenda melhor o impacto real que esta subida teria, vejamos um exemplo de um crédito à habitação no valor de 150 mil euros a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um ‘spread’ de 1%, que paga uma prestação 445,83 euros.
Se a Euribor subisse 1%, esse mesmo crédito passaria a pagar 514,45 euros, ou seja, mais 68,62 euros por mês.
Já se a subida fosse de 2%, a prestação passaria a 589,18 euros, ou seja, mais 143,35 euros por mês.
Neste momento isto são apenas cenários, mas nos próximos anos é possível que tenhamos a Euribor de novo acima dos 2% o que faria com que as prestações dos créditos à habitação das famílias
aumentassem em cerca de 50%. Já pensou como isso afetaria o seu orçamento mensal?
Ainda que não deva perder o sono por causa da subida das taxas Euribor, o melhor é estar ciente do que pode vir a acontecer de modo a preparar-se atempadamente.