Leis: ferramenta de ordem ou de manipulação?

Qualquer localidade, seja ela uma grande e populosa cidade ou apenas uma aldeia com poucos habitantes, se faz necessário a adoção de algumas normas para que seja mantido o mínimo de ordem. Com esse objetivo cada país, estado e cidade possui suas leis. Elas, ao menos em teoria, regulam os direitos e deveres de cada cidadão. São elas que colocam limites e mantêm a ordem da sociedade em que vivemos. No entanto será que esse aglomerado de regras está sendo elaborado e aplicado da maneira correta a ponto de causar apenas benefícios aos indivíduos que o respeitam?

Basta observar a sociedade a nossa volta que fica evidente a importância de um código de leis. É possível que sem ele ainda fôssemos primatas correndo atrás um do outro com bastões de madeira a fim de conseguir a própria sobrevivência na base da força. Sem leis seríamos facilmente confundidos com animais irracionais e essa convivência entre pessoas se faria ainda mais complicada. Se com regras os valores éticos e morais muitas vezes não são respeitados, podemos imaginar como seria caso não existisse regra alguma.  Isso tudo mostra a importância de se ter regras, contudo, essas leis acabam sendo desviadas do seu objetivo principal e passam de instrumento de organização para instrumentos de manipulação e imposição. Nesse ponto que elas começam a ser questionadas.

Desde crianças aprendemos a seguir certas regras para que a convivência em comunidade seja possível, mas, além disso, essas regras acabam nos levando a viver em determinado padrão fixo. Vão se tornando cada vez mais complexas e terminam sendo extremas e autoritárias a fim de controlar e indicar o caminho que cada indivíduo deve seguir. Isso impede que muitos criem suas próprias ideias, pois ficam presos às ideias que lhes é imposta. Não há crítica por medo das consequências que uma lei qualquer pode causar. Sem a crítica tudo acaba ficando do mesmo jeito e sem essa mudança isso que chamamos de sociedade não tem como evoluir.

Deixemos, portanto, que controlem nossas ações no trânsito e nas ruas. Deixemos que imponham a forma como devemos nos comportar diante de outro cidadão através de suas leis, mas nunca podemos permitir que controlem nossa personalidade, por que é ela a formadora das nossas ideias e são essas que determinarão se a sociedade em que vivemos continuará sendo um objeto para que poucos possam manipular ou se isso vai mudar. Nós somos as pernas da sociedade, logo, se quisermos que ela ande temos que sair desse estado de inércia. Não desrespeitar aquelas leis que contribuem para o bem estar da comunidade, e sim buscar se libertar daquelas que só servem como ferramenta de manipulação e assim contribuir para o progresso social.



Author: Willian Budke

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