Conheca um pouco sobre o Eneagrama

O eneagrama é um sistema de auto-conhecimento que classifica a personalidade humana em nove tipos (daí ennea, palavra grega que significa nove) inter-relacionados, cada qual representado por um número (gramma = sinais) entre um e nove, representados por uma estrela de nove pontas (não perfeitas) dentro de um círculo, constituída de um triângulo eqüilátero central (em cujos vértices se posicionam os tipos três, seis e nove) e dois outros que o perpassam.

Muitas empresas do mundo estão usando esse sistema para contratação e desenvolvimento de equipes de trabalho. Entretanto, o que difere o eneagrama de outros testes de personalidade é o fato de que a identificação de seu tipo é um processo ativo e dinâmico do próprio indivíduo, a partir de seu auto-conhecimento. Ou seja, embora existam vários testes de identificação da tipologia do eneagrama, o que prevalece não é o resultado deles, mas a auto-identificação. Somente dessa forma, o indivíduo teria como se desenvolver.

Tracemos algumas linhas gerais.

A ideia central do eneagrama se baseia no fato de que o ser humano possui uma “essência”, a qual poderíamos definir como sendo o verdadeiro “eu”, que dentro das tradições religiosas se chamaria de “imagem de Deus”: potenciais subutilizados, caracterizados pela autenticidade, liberdade e harmonia total entre as esferas racionais, emotivas e instintivas. Acontece, porém, que para ser aceito em sociedade, adotamos padrões de comportamento, o que a teoria do eneagrama chama de “personalidade” ou “ego”. Esse artifício de adaptação é responsável por sentimentos de aprisionamento, por nossos vícios, tendências, medos etc. eles determinam a nossa forma de nos relacionar com o mundo, com os outros e conosco. A ideia central do eneagrama consiste, pois, na identificação de nossa personalidade e no desenvolvimento de nossos pontos fortes essenciais através da compreensão de nossos condicionantes.

Nove são os tipos de personalidade segundo o eneagrama: Tipo Um (conhecido usualmente como o Perfeccionista), Tipo dois (o Prestativo), Tipo Três (passa-nos a imagem de Bem-sucedido), Tipo Quatro (o Romântico trágico), Tipo Cinco (o Observador solitário), Tipo Seis (o Questionador ou Medroso), Tipo Sete (o Aventureiro sonhador), Tipo Oito (o Lutador) e Tipo Nove (o Pacificador).
Cada tipo é “dominado” por um vício (que alguns autores chamam de “paixões” ou “pecados”). Eles são a “raiz”, a fonte, a origem do padrão de comportamento adotado. O Tipo Um é dominado pelo sentimento de indignação ante às imperfeições alheias e se irrita com isso. O Tipo Dois é aprisionado pelo orgulho, julga-se indispensável na vida dos outros, mas no fundo, quando ajuda outrem é para esquecer de seus próprios problemas. O Tipo Três traz em si altas doses de vaidade, o importante para ele é que os outros o vejam como alguém bem sucedido, por isso, direciona todos esforços em um marketing pessoal excessivo a fim de esconder suas falhas. O Tipo Quatro tem como fonte de seu comportamento a inveja, sempre os outros têm algo que lhe falta, daí a busca contínua pelo inatingível, pelo original e até pelo excêntrico. O Tipo Cinco é controlado por uma busca compulsiva de acumular, coisas, conhecimento, sentimentos, a avareza direciona seus esforços porque compartilhar e depois necessitar daquilo que foi divido com outros. O Tipo Seis é impulsionado pelo medo, o que o leva ora a se retrair acuado, ora a agredir antes de ser atacado. O Tipo Sete peca pelo excesso, tudo ele quer demais e essa gula em sentido amplo é a forma que encontrou para não encarar seus sentimentos negativos, o que importa para ele é gozar o melhor da vida. O Tipo Oito apresenta a tendência de se utilizar das coisas e pessoas como instrumento para atingir seus objetivos, em lato sensu, chama-se, na teoria do eneagrama, de luxúria. Por fim, o Tipo Nove vive em função da letargia, da preguiça, para ele o que vale é a lei do menor esforço, por isso, evita conflitos.

Um dos equívocos comuns que se comete é achar que todos os tipos Um, por exemplo, são iguais. Na verdade as nove personalidades apresentam combinações e nuanças. Uma delas diz respeito às asas. Chama-se “asa”, no Eneagrama, os tipos vizinhos que servem para o equilíbrio da personalidade: por exemplo, o Tipo Um tem como asas seu posterior (Tipo Dois) e seu anterior (Tipo Nove). Em geral, desenvolvemos as característica mais de uma asa do que outra, desse modo, um tipo Cinco com asa forte para o Tipo Quatro, tende a expressar seus sentimentos através da arte, já o Cinco com asa para o Seis torna-se ainda mais cético.

Outra variação diz respeito ao momento em que nos encontramos. Quando estamos relaxados tendemos a assumir a postura de nosso tipo de integração e exploramos o melhor de outro tipo com o qual temos ligação. Na teoria do eneagrama são esses os respectivos pontos de integração de cada tipo: o Tipo Um integra-se no Tipo 7, este no 5, por sua vez no 8, que se sente em segurança no 2, este no 4 e que, por fim, integra-se no 1; já o tipo 6, apóia-se no 9, este no 3, que fecha o ciclo no 6. Quando nos sentimos ameaçados nos retraímos e assumimos a postura de desintegração, então seguimos o sentido inverso da seqüência anterior. Ou seja, o ponto de integração de um tipo é o de desintegração de outro.

Essa breve introdução, não dá conta, de modo algum, da complexidade do sistema do Eneagrama, mas pode servir para despertar a curiosidade sobre essa importante ferramenta de crescimento pessoal. A título de conclusão podemos dizer que existe graus de evolução e aperfeiçoamento para cada tipo, o qual, com paciência e auto-aceitação, podem ser atingidos.



Author: SergioGleiston

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