Quando se trata de emprestar dinheiro a familiares ou amigos, certamente já ouviu o aviso: Não faça isso!
No entanto, muitos de nós vamos estar nessa situação em algum ponto da nossa vida, quer seja emprestando ou pedindo dinheiro emprestado.
Mesmo os especialistas em finanças pessoais, que sabem melhor que ninguém como esses empréstimos podem correr bem ou correr terrivelmente mal, já emprestaram dinheiro aos seus entes queridos e alguns deles ofereceram-se para compartilhar as suas regras para fazer com que este tipo de empréstimos funcione bem.
5 regras a seguir quando emprestar dinheiro a familiares ou amigos
1. Oficializar o empréstimo
Você pode pedir para o mutuário (tomador do empréstimo) assinar uma nota promissória que defina os termos do empréstimo.
Isso servirá dois propósitos. Por um lado, esclarece que está a fazer um empréstimo, não uma doação. Além disso, se o devedor não pagar o empréstimo, você sempre tem a opção de levá-lo a tribunal para obrigá-lo a pagar.
“Crie um acordo escrito com pagamentos fixos, pelo menos mensais (e, não “pagar sempre que puder”) “, é o que recomenda Cheryl Krueger – uma especialista americana.
“Mesmo que ainda falte um ano para a data de início, é preciso haver alguma estrutura”, diz ela.
E não se sinta mal por cobrar juros: deve fazê-lo. “Para não ter problemas com o IRS deve cobrar uma taxa mínima”, diz Tom Roberts – especialista da Florida.
Caso contrário, o empréstimo poderia ser interpretado como uma dádiva (doação) e poderia cair sob as regras fiscais das doações.
Eu sei de um pai que colocou a filha em tribunal, o qual penhorou o carro dela. Se ela não pagar de volta o dinheiro que ele lhe emprestou para comprar o carro, ele pode reaver o veículo. Ela definitivamente está a levar isso a sério.
2. Tenha um plano
Roberts sugere que os credores estabeleçam um plano de pagamento, e que redijam os termos do empréstimo de acordo com as circunstâncias do mutuário.
Vejamos um exemplo de um empréstimo a um membro da família em que ele estava envolvido:
“Nós colocamos um período de carência para deixá-la “levantar-se”, e em seguida, fizemos o calendário de pagamento coincidir com o seu período de pagamento – duas semanas – para torná-lo mais provável de ser pago.”
Essa história teve um final feliz, com o empréstimo tendo sido pago adiantado.
Não se esqueça de considerar o que vai fazer se um mutuário começar a ter dificuldades em cumprir os pagamentos.
Você considerará modificar os termos do empréstimo? Cobrará uma taxa de atraso? E, mais importante, isso irá criar uma dificuldade financeira para você, caso eles não possam fazer os pagamentos?
Se assim for, é melhor não emprestar.
3. Veja além do empréstimo
O mutuário vai comer fora com mais frequência do que você? Vai ao salão de beleza fazer a manicure / pedicure todas as semanas? Tem sempre o telemóvel mais recente ou gadgets de topo?
Essas decisões de gastos podem não incomodá-lo agora, mas vê-los gastar dinheiro levianamente quando lhe devem dinheiro, pode deixá-lo louco.
“Se você não puder fazer o empréstimo sem julgar as escolhas de gastos, então não o faça”, adverte Krueger.
4. Informe o seu cônjuge / companheiro(a)
O seu cônjuge ou companheiro(a) deve estar informado(a) sobre o empréstimo, sugere Brooke Salvini – uma especialista da Califórnia.
Da mesma forma, se o mutuário tem um cônjuge ou companheira, eles devem entender os termos do empréstimo e aceitá-los também. A forma como os companheiros(as) ou cônjuges reagem ou lidam com o empréstimo poderá criar ressentimentos de longo prazo para todos os envolvidos.
Um dos meus parentes ainda está ressentido por causa de um empréstimo entre membros da família que correu mal há já muitos anos. Ainda que ela não tenha estado diretamente envolvida, aborrece-a o facto do mutuário em falta, ter alegado que o empréstimo foi um presente (doação) e não um empréstimo.
O que a deixou ainda mais irritada, porém, foi a esposa da pessoa que pegou o dinheiro ter ficado do lado de seu marido e se ter recusado a pagar.
5. Esteja preparado(a) (e com força) para perdoar
Apesar de todos os esforços, há sempre a possibilidade de uma parte ou todo o empréstimo ficar por pagar. Afinal, o seu devedor é, provavelmente, o que os credores chamariam de “alto risco”, ou eles não estariam pedindo emprestado a si em vez de contrair um empréstimo através dos canais tradicionais.
“Decida quando é o momento de “deixar ir”, e quando ultrapassar esse ponto, diga ao mutuário que já lhe perdoou a dívida. Não deixe que o dinheiro “fique atravessado” entre si e o mutuário “, diz Krueger.
Salvini concorda: “Se não conseguir aceitar a ideia de que os empréstimos pessoais, muitas vezes, se tornam “presentes/doações”, então não empreste o dinheiro para começar, a menos que se sinta bem com a perda de uma amizade ou sentindo raiva a um membro da família.”
Ela diz que ainda está esperando para ser reembolsada por um empréstimo de 10.000 dólares, para um investimento empresarial (doação) e que foram estas regras que a mantiveram sã.
Fonte do artigo (em Língua Inglesa): http://www.mint.com/blog/how-to/5-rules-to-follow-when-lending-money-to-family-or-friends-0613/